sexta-feira, 26 de abril de 2013


Cuidados e Conteúdos na Creche


"Unir cuidados e conteúdos é oferecer ao mesmo tempo afeto e Educação desde os primeiros anos de vida"

BEATRIZ FERRAZ

Beatriz Ferraz já foi dona de escola de Educação Infantil e criou o centro de estudos Escola de Educadores, em São Paulo. Há cinco anos, trabalha com o Projeto Didática, Informação, Cultura e Arte, de formação continuada, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo (nos últimos três, atuando como coordenadora). Em sua tese de doutorado, estuda o conhecimento profissional de educadoras de creche com o objetivo de compreender o que aconteceu quando o foco mudou do bem-estar para a Educação. "Ao pensar em cuidados de cunho pedagógico, muitos deixaram para trás o colo e o afeto, questão essenciais à constituição saudável do bebê", diz. Nesta entrevista, Beatriz fala sobre essa polarização e o perfil ideal do profissional para esse segmento.

Como funcionam as creches hoje?

BEATRIZ FERRAZ Há dois modelos mais comuns. Um com foco nos cuidados (o bem-estar físico e as questões biológicas) e outro que usa a pré-escola como referência (foco nos conteúdos curriculares). E ambos têm problemas. No primeiro, a creche se organiza em torno das refeições e da higiene. A troca de fralda não é feita de acordo com a necessidade. Ela tem hora marcada. Como sempre, há muitos bebês e crianças pequenas sendo trocados e ninguém dá conta de todos ao mesmo tempo. Alguns ficam esperando, sem nada para fazer. Já o segundo exagera na escolarização. Professores não propõem atividades de Matemática para que os pequenos explorem materiais relacionados ao assunto, mas para aprender a contar. Na hora do banho, muitos querem ensinar sobre as partes do corpo, quando o correto é estimular os pequenos a participar desses momentos com mais autonomia, fazê-los entender a importância da higiene e ajudar com pequenas ações, como lavar as mãos e levantar os braços.

Qual o modelo mais indicado, então?

BEATRIZ O ideal é encontrar o meio-termo entre os cuidados e a escolarização. Há muitos benefícios no primeiro modelo porque os professores são sensíveis ao carinho, ao acolhimento e ao vínculo, fundamentais nessa época da vida. No segundo, o bacana é entender que as crianças são competentes, ativas e produtoras de cultura. Mesclar isso é a chave.

Os pais entendem essas diferenças?BEATRIZ Sim. E sofrem com a polarização. A referência que eles têm é a da escola regular. Mas, quando encontram essa escolarização na creche, sentem falta do colo, do afeto, da emoção. Ao mesmo tempo, muitas famílias acham que as crianças, desde cedo, devem ter cadernos e atividades de linguagem. É papel do profissional de Educação Infantil explicar essa dupla função da escola para os pequenos.

Quais são os ingredientes de uma boa proposta pedagógica?
BEATRIZ É fundamental inteirar-se sobre a concepção de bebê e criança pequena. Existe um discurso mais difundido sobre a pré-escola: os meninos e as meninas são ativos, construtores de cultura, fazem escolhas e tomam decisões. Para a creche, é essencial definir os grandes marcos do desenvolvimento: sentar, engatinhar, andar, falar, desfraldar etc. Da mesma forma, a boa proposta pedagógica deve contemplar que esses sujeitos tenham possibilidades de interação (e não sejam tratados como passivos, completamente dependentes dos adultos, sem outra necessidade além das básicas). Estudar o que os teóricos deixaram é outro ponto. O que Jean Piaget (1896-1980) queria dizer com o período sensório-motor? E Lev Vygotsky (1896-1934), ao afirmar que o bebê é um sujeito social? Nenhum deles disse que os pequenos precisam aprender a contar ou a segurar o lápis. Por isso, acredito que uma proposta pedagógica para a creche deve ter espaço para a formação de valores, a constituição da criança como sujeito, as relações sociais e as questões de vínculo, segurança e afeto. Todos devemos estar conscientes de que os bebês conhecem o mundo em todas as suas facetas: cheiros, gostos, formas, texturas, sons - e só depois vão organizar esse conhecimento.

Como os bem pequenos aprendem na Educação Infantil?
BEATRIZ Sempre de forma ativa. Na relação com as pessoas, os objetos, o ambiente, outros bebês ou crianças mais velhas. É preciso valorizar a exploração e a manipulação, investindo em materiais que possibilitem isso, como os brinquedos. Um cubo áspero de um lado e escorregadio de outro permite que o bebê entenda essas diferenças. Os pequenos também aprendem fazendo escolhas. O francês Gilles Brougère diz que o bebê já sabe se deseja ou não brincar. Quando não quer, chora. Quando quer, estica a mão, mexe a perna, dá um grito. É importante respeitar esse interesse. Além disso, é fundamental entender que não é o professor que ensina a criança a explorar e escolher. Isso acontece naturalmente. Seu papel é propiciar oportunidades. Daí a importância do ambiente para garantir a interação com segurança e conforto.

Como deve ser o espaço da creche?

BEATRIZ Ele deve ter diferentes objetos motivadores, como brinquedos e outros materiais que ofereçam diversas experiências. Não é preciso ter seis bonecas na sala porque há seis crianças. Existe essa idéia de que elas têm dificuldade de dividir. Na verdade, elas vêem o objeto do outro e querem brincar junto para interagir.

Quais são as qualificações pessoais mais importantes para trabalhar em creche?

BEATRIZ Gostar das crianças é essencial, mas não basta. A pessoa tem de estar preparada para cuidar e educar. Precisa saber lidar com imprevistos, se relacionar bem com outras pessoas e ter ética. Não é admissível tirar a mamadeira da boca de um bebê, colocá-lo no berço e se despedir só porque está na hora de ir embora.

Como deveria ser a formação inicial?

BEATRIZ Para começar, a expressão cuidado deve ser entendida como cuidar e educar. Também é importante saber trocar fralda, dar banho, segurar no colo e ter noções de primeiros socorros. É essencial entender como se dá o desenvolvimento humano dentro de situações coletivas, como a escola, e ser formado para refletir sobre a própria prática.


 

quarta-feira, 17 de abril de 2013



PRIMEIROS SOCORROS

 

Devemos sempre prevenir os acidentes e situações que possam provocar riscos às crianças. No entanto, precisamos também conhecer o que fazer para auxiliá-las caso algo inesperado aconteça.

O que fazer se acontecerem ACIDENTES?

1.  Manter a calma, evitando tumulto sobre a criança;

2.  Comunicar os pais imediatamente;

3.  Providenciar o atendimento médico.

Vejamos algumas condutas essenciais ao bem estar da criança em algumas situações de risco:

 

ENGASGO E ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO

 

Corpo estranho é qualquer objeto ou substância que entra no corpo humano indevidamente. Pode ser através da ingestão ou colocado pelas próprias crianças nas cavidades (nariz, ouvido) do corpo, e apresenta maior risco quando é aspirado para o pulmão. Qualquer objeto pode tornar-se um corpo estranho no sistema respiratório, e a maior suspeita de que o acidente ocorreu é o engasgo. Isto acontece quando a criança está comendo ou com um objeto na boca, principalmente objetos com pequenas peças. 

         Estas situações ocorrem mais frequentemente na faixa etária de um a três anos de idade. É preciso ter atenção especial na oferta de alimentos. A criança pequena ainda não controla adequadamente a mastigação e a deglutição, tornando o engasgo mais freqüente. Por esta razão, a oferta de alguns alimentos como amendoim, milho, pipoca, melancia e laranja com sementes apresentam maior risco para a aspiração.

         Algumas recomendações são importantes para evitar aspiração de corpo estranho na alimentação:

- Ofereça alimentos em pedaços pequenos, de acordo com cada faixa etária. Ensine as crianças a mastigar bem os alimentos.

- Evite alimentos como sementes, amendoim, balas duras e outros que possam favorecer o engasgo.

- Retire as sementes das frutas (melancia, laranja etc).

- A criança deve alimentar-se sempre sentada. Não ofereça alimentos enquanto elas correm, andam ou brincam.

 

Como reconhecer o engasgo?

Tosse persistente, chiado no peito, falta de ar súbito, rouquidão, lábio e unhas arroxeadas, são sinais sugestivos de que pode ter ocorrido aspiração de corpo estranho.

 

O que fazer?

Técnica de desobstrução das vias aéreas:

        

Crianças menores de um ano

Segure a criança com a cabeça mais baixa, apoiada em um dos braços, sobre a perna. Mantenha as vias aéreas livres.

cinco percussões com a mão nas costas (entre as escápulas). Após, vire a criança de barriga para cima e dê cinco compressões no tórax. Repita estas manobras até que a criança consiga expelir o corpo estranho. (vide figura).


Se você conseguir visualizar o corpo estranho na boca da criança, retire-o com cuidado. Não coloque o dedo na boca às cegas, pois pode empurrar o corpo estranho para regiões mais baixas das vias aéreas e piorar o quadro de obstrução.

 

Maiores de um ano

 

Manobra de Heimlich

Se a criança é capaz de falar ou tossir com força, você não deve fazer a manobra de Heimlich. A vítima de asfixia vai precisar de ajuda imediata, se ela não pode falar ou tossir, está tendo dificuldade em respirar ou tem lábios, pele e unhas tornando azul escuro.

Posicione-se por trás da criança e aplique pressão abaixo das costelas, com sentido para cima, até que o corpo estranho seja deslocado das vias aéreas para a boca e expelido. Não comprima as costelas. (vide figura)

        
 

 

 

CONTUSÃO

Envolver pedaços de gelo em um pano e aplicar no local.

Comunicar os pais.

Se a pancada foi na cabeça, observar se a criança vomita e se está sonolenta e confusa. Neste caso, levar imediatamente ao serviço de saúde.

        

FRATURAS

Identificar se a criança mexe parcialmente ou não consegue mexer a perna ou o braço afetado;

Evitar mexer na criança, principalmente se suspeitar de fratura na coluna, mantenha-a deitada no local da queda e chame o serviço de emergência. A mudança de posição em uma criança com fratura de coluna pode causar graves problemas como a paralisia das pernas.

 

         FERIMENTOS

Nos ferimentos leves, fazer limpeza no local com água e sabão, retirando a sujeira;

Secar o ferimento com gaze ou um pano limpo;

Evite abafar o ferimento;

Comunicar os pais.

 

QUEIMADURAS

Todas as queimaduras devem ser tratadas imediatamente. Em muitos casos elas são dolorosas e deixam seqüelas.

A queimadura por líquido quente é a principal causa em crianças menores de cinco anos, logo, a prevenção é a medida mais eficaz.

Existem três tipos de queimaduras:

1º grau – são aquelas causadas pelo sol ou pela água quente e a área atingida fica só vermelha;

2º grau – são queimaduras mais profundas e causam aparecimento de bolhas e algum extravasamento de soro;

3º grau – são graves, atingindo as camadas mais internas do organismo (músculos, vasos sanguíneos ou nervos).


Possíveis Causas de Queimaduras

 

Preparo do banho

A temperatura ideal para o banho do bebê deve ser testado com a face interna do antebraço do educador, antes de colocá-lo na banheira. A criança maior não deve regular a temperatura do chuveiro ou da água da banheira sozinha.

 

Mamadeiras

Não esquente as mamadeiras no forno de microondas, pois há riscos graves de queimaduras da boca e da garganta.

 

 

Alimentos

Verifique a temperatura dos alimentos antes de oferecê-los.

 

Tomadas e Fios Elétricos

Tomadas e fios desencapados representam risco de choque elétrico.

 

Cozinha

Cozinha não é lugar de criança.

 

Álcool e outros Combustíveis

Deixar longe do alcance das crianças.

 

Primeiros cuidados:

Até que se tenha atendimento médico, algumas medidas são importantes:

- Retire as roupas que cobrem a área queimada. Se a roupa estiver grudada, lave a região com água limpa até que o tecido possa ser retirado delicadamente sem aumentar a lesão.

- Coloque na área queimada água limpa e fria, porém não gelada, para aliviar a dor. Esta vai limpar aferida, diminuir a dor e reduzir a formação do edema posteriormente.

- Envolva a região em pano limpo e procure atendimento médico.

- Não use gelo nas queimaduras, não fure as bolhas, não coloque qualquer substância em cima da queimadura sem orientação médica, pois pode favorecer infecção.

- No caso de queimadura elétrica, desligue o interruptor, remova a criança do condutor, verifique os sinais vitais (respiração, pulsos), resfrie as lesões com água fria e encaminhe ao serviço médico.

 

QUEDAS

As quedas são as principais causa de atendimento de crianças de 0 a 9 anos de idade nas unidades de saúde.

Cair faz parte do desenvolvimento da criança, porém medidas de prevenção são importantes para evitar acidentes graves.

A supervisão de um adulto é essencial, pois a maioria das quedas está associada à ausência de um cuidador.

Ao atender uma criança mantenha-se calmo para passar tranqüilidade para ela.

Observe a altura de onde a criança caiu, a região do corpo que recebeu o impacto da queda, o local aonde a criança caiu e como a criança está reagindo.

Sonolência, desorientação, estrabismo, pupilas de tamanhos desiguais, saída de líquido ou sangue pelo nariz ou ouvido, vômitos, são sinais de gravidade, necessitando entrar em contato com um serviço médico para remoção da criança.

 

CONVULSÃO INFANTIL

As convulsões são um transtorno neurológico súbito e transitório. Convulsão pode ser um sinal de várias doenças.

A causa mais comum de convulsão entre crianças de 6 meses a 5 anos é a febril. Esta geralmente dura poucos minutos e cessa sem necessidade de medicamentos específicos.

No momento da convulsão, a criança pode apresentar-se de várias maneiras:

- Olhar alheio ao meio, virada de olhos, movimentação de mãos e pés, piscar de olhos, tremores, lábios e extremidades arroxeadas, entre outros.

Após a convulsão a criança pode voltar ao normal rapidamente ou ficar sonolenta.

Como a crise convulsiva costuma ser um momento muito estressante para quem está observando, a pessoa que vai atender a criança deve manter-se calma.

Medidas de proteção para a criança devem ser realizadas no momento da crise:

- Deitar a criança evitando quedas e traumas;

- Afrouxar as roupas;

- Observar a respiração;

- Proteger a cabeça da criança com a mão, roupa ou travesseiro;

- Lateralizar a cabeça para evitar que a criança aspire saliva ou vômito;

- Limpar as secreções que se acumulam na boca para facilitar a respiração, porém não coloque o dedo dento da boca da criança, pois esta pode feri-lo;

- Não ofereça nada pela boca (líquidos, remédios) no momento da crise.

Entre em contato com a família e um serviço de emergência para posterior atendimento e orientação.

 

LESÃO NO OLHO

Um lesão no olho pode ocorrer a qualquer momento, em qualquer lugar. Prevenção adequada é importante e provavelmente poderia eliminar a maioria das lesões oculares.

Cerca de 50% das lesões ocorrem em atividades esportivas e recreativas – mais frequentemente em crianças e adolescentes do que qualquer outro grupo de idade.

Se houver uma lesão química, lave os olhos e a face com qualquer fonte disponível de água por pelo menos 10-15 minutos. Entre em contato com a família e encaminhe imediatamente a criança para o atendimento médico. Se um objeto afiado penetrou o olho (como um gancho de peixe), não puxe-o para fora. Outras lesões sem corte pontiagudos devem ser examinadas por um oftalmologista, uma vez que a gravidade da lesão pode não ser imediatamente aparente.
 
Referências:
AMERICAN ASSOCIATION FOR PEDIATRIC OPHTHALMOLOGY AND STRABISMUS. O que deve ser feito se uma criança tem uma lesão no olho. Disponível em   http://www.microsofttranslator.com/bv.aspx?from=en&to=pt&a=http%3A%2F%2Fwww.aapos.org%2Fterms%2Ffaqs%2F20Acesso em 07 mar 2013.
 
REVISTA BEBÊ.COM.BR. Refluxo em Bebê. Disponível em http://bebe.abril.com.br/materia/refluxo-em-bebes. Acesso em 21 mar. 2013.
BABYCENTER. Refluxo no Bebê. Disponível em http://brasil.babycenter.com/a2100147/refluxo-no-beb%C3%AA#ixzz2OBV0iA7x. Acesso em 21 mar 2013.
 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Crianças e Adolescentes Seguros. Guia Completo para Prevenção de Acidentes e Violências. Coordenadores: Renata D. Waksman, Regina M. C. Gikas e Wilson Maciel. Editora PubliFolha, 2005.
 
 

terça-feira, 16 de abril de 2013


 CUIDAR E EDUCAR: COMPARTILHANDO RESPONSABILIDADES
 
Fonte da imagem:  http://www.ufrgs.br
 
 
Nas escolas de educação infantil, creches e pré-escolas, os profissionais da limpeza, cozinha, administração e auxiliares são também educadores, como os profissionais docentes, principalmente em razão da forma peculiar de aprendizagem da criança que inicialmente imita o adulto, suas regras e comportamentos para posteriormente se afastar da imitação através da construção de novas combinações e regras. Neste processo descrito por Vygotsky (1984), os adultos exercem papel fundamental na educação integral das crianças.
Os educadores das escolas educação infantil desenvolvem práticas de cuidar, educar e brincar, de forma integral e indissociada, nos aspectos relacionados a segurança, bem-estar, desenvolvimento físico, motor, emocional, intelectual, moral e social, em situações de aprendizagem desafiadoras para as crianças.
As relações do educador com a criança devem ser permeadas pelo afeto, carinho, olhar, diálogo e o toque que acalenta, conforta, transmite alegria, segurança e estabelece elos de confiança.
O atendimento de qualidade dos bebês depende da criação de relações de confiança entre professores e pais. Nenhuma informação importante sobre a criança pode ser negligenciada, seja o que acontece em casa como na escola. Sendo a criança muito sensível e vulnerável nos primeiros anos de vida, todo cuidado é pouco para preservar a sua saúde e segurança. Uma queda sem danos aparentes pode trazer transtornos futuros, assim como uma febre ou indisposição durante a noite revelam sinais de algo não vai bem. Nesta relação compartilhada de cuidados e educação, a escola e a família assumem responsabilidades específicas sobre a vida da criança. Os deveres dos pais são intransferíveis para a escola.
           

quarta-feira, 10 de abril de 2013



HORA DO SONO E REPOUSO DAS CRIANÇAS

 

A supervisão do adulto é obrigatória em todos os momentos do dia, com especial atenção à hora do sono das crianças.

O sono é indispensável para o desenvolvimento das crianças. Porém a sua necessidade muda de criança para criança e de acordo com a idade delas. O sono da tarde tem características próprias, portanto não devemos recriar um ambiente noturno, Completamente escuro e totalmente silencioso. A criança precisa conviver com os barulhos naturais do ambiente. Sugere-se apenas quebrar a luminosidade e diminuir o ritmo de toda a escola para que as crianças sintam-se convidas a descansar, a relaxar.

      A relação afetuosa entre todos da escola contribui para o desenvolvimento da criança. Fazer carinho, acariciar os cabelos, deitar ao lado da criança, não forçar o sono.

 

Sons

A música precisa estar sempre a favor do trabalho pedagógico. Entretanto, o som não deve estar tão alto que não permita às crianças falarem e ouvirem umas às outras. A seleção musical deve ser adequada à faixa etária, composta por músicas do repertório popular e clássico.

Especialmente nos momentos de repouso e alimentação das crianças, evitar o som alto e dispersivo e/ou ruídos estridentes. Músicas clássicas são uma excelente opção.

Procure sempre se dirigir às crianças com voz calma e acolhedora, transmitindo segurança e proteção.

  

Portas

Mantenha as portas e as janelas abertas, inclusive nos dias frios, para evitar o aumento de germes no ar, o que facilita a transmissão de doenças.

 

Berços e Cercados

Os lençóis precisam estar bem ajustados ao colchão, evitando que o rosto do bebê possa ser encoberto.

Mantenha o colchão do berço na graduação mais baixa possível, evitando quedas.

Cada criança deverá ter seu próprio lençol que será utilizado sempre que necessário e, quando retirado, deverá ser guardado em um saco protetor.

Os berços e os cercados de bebês poderão ser usados por mais de uma criança, porém em horários diferenciados, desde que a troca de lençóis seja respeitada.

 

O uso individualizado dos lençóis é um direito da criança, contribui para a constituição de sua identidade e previne a transmissão de doenças contagiosas da pele (por exemplo: escabiose) e couro cabeludo (por exemplo: pediculose).

 

Lavagem das Roupas de Cama

Roupas de cama precisam ser lavadas na maior freqüência possível, pelo menos duas vezes por semana e sempre que houver necessidade.

 

Distância entre Berços ou Colchonetes

A distância deve ser de, aproximadamente, 50 cm entre eles, permitindo a passagem de um adulto.

No caso de colchonetes, deite as crianças no mesmo sentido, evitando que rostos e pés se encontrem.

 

Higienização dos Colchonetes

Os colchonetes precisam ser higienizados semanalmente e sempre que necessário. Use para isto a solução adequada - um litro de água e um copinho de água sanitária ou álcool a 70%.

Retire e guarde os colchonetes em local apropriado. Você poderá empilhá-los, sem esquecer que precisarão ser higienizados antes do próximo uso. Cuidado para que não sirvam de degraus pelas crianças.

 

 

terça-feira, 9 de abril de 2013

          
  Quando Retirar a Fralda do Bebê


 
 


A criança precisa ter maturidade suficiente para controlar os esfíncteres (músculos que controlam a saída da urina e fezes). É preciso muita calma para descobrir se já é momento certo. Normalmente aos dois anos de idade a criança está apta a iniciar o processo, porém cada criança tem o seu tempo.

A criança precisa ter algumas habilidades para começar ficar sem as fraldas. Ela deve conseguir ficar sentada sozinha de 5 a 10 minutos, andar, falar para conseguir pedir para ir ao banheiro e tirar suas roupas que devem ser de fácil manuseio, como a de elásticos.

A retirada das fraldas deve ser combinada com a família.

Garantir vasos de tamanho adequado ou com tampas adaptadas.

Estabelecer uma rotina de várias idas ao banheiro para que a criança se acostume. Explicar o porquê das idas ao banheiro.

Perguntar para a criança se ela quer ir ao banheiro. Não apressar a criança durante o uso do vaso sanitário. Conversar bastante com a criança para deixá-la bem à vontade. Não forçar e nem insistir com a criança no vaso.

Quando a criança fizer cocô ou xixi na roupa, não repreendê-la. Apenas convidá-la para ir ao banheiro trocar de roupa. Elogie sem exageros quando a criança obter sucesso.

Quando a criança conseguir passar uma grande parte do dia seca já se pode retirar a fralda. Não deixe de oferecer o banheiro várias vezes ao dia. Após o início do controle, ainda leva de 5 a 6 meses para que se efetue.

Meninos e meninas aprendem primeiramente sentados. Os meninos devem ser estimulados a fazer xixi em pé como o papai depois do controle já adquirido.

Algumas crianças podem regredir nesse processo para chamar a atenção. Um motivo bastante comum para a regressão é a chegada de um novo irmãozinho.

A fralda noturna pode ser retirada quando a criança começa a acordar seca. Isso acontece logo depois do controle diurno.

Referência: GUIA DO BEBÊ. Quando retirar as fraldas. Manual de Práticas de Higiene e Saúde na Educação Infantil, org. José Helio da Silva.

 



         

  


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Bicho Geográfico
 

 
O bicho-geográfico, também chamado de larva migrans, é um verme que possui o corpo alongado, cilíndrico e afilado nas extremidades. Esse verme parasita cães e gatos e os seus ovinhos são eliminados nas fezes desses animais. Ao fazerem cocô na areia ou na terra, cães e gatos que estão contaminados eliminam os ovos desses vermes. Quando caem na areia ou na terra, os ovos dos vermes irrompem, liberando as larvas do bicho-geográfico. Na areia, essas larvas se desenvolvem e quando atingem 0,5 milímetro já conseguem penetrar na pele de cães e gatos. Mas a larva não penetra apenas na pele desses animais, elas também penetram na pele das pessoas.

O bicho-geográfico parasita o intestino de cães e gatos

As larvas que causam essa doença são mais comuns em praias poluídas com fezes de cães e gatos, mas podem ser encontradas em qualquer lugar que dê condições para que elas se desenvolvam. Quando uma pessoa pisa, senta ou encosta qualquer outra parte do corpo no local onde há larvas, estas podem perfurar a pele e contaminar a pessoa. As partes do corpo que são mais atingidas pela larva são o bumbum e os pés. Essa doença é mais comum em crianças, por ficarem brincando na areia, mas também pode infectar adultos.

As larvas do bicho-geográfico penetram através da pele da pessoa.

Quando esses vermes estão dentro do corpo da pessoa, eles começam a andar sob a pele, formando um túnel tortuoso e avermelhado e provocando muita coceira. Esses túneis que a larva vai abrindo ao se locomover na pele lembram um mapa geográfico e é por esse motivo que esse verme se chama bicho-geográfico.


         Quando se desloca no interior do corpo da pessoa, o bicho-geográfico forma túneis e causa muita coceira.

Esses vermes ficam mais ativos durante a noite e por isso a coceira aumenta nesse período. Uma forma de aliviá-la é colocando uma bolsa de gelo sobre o local. Por se tratar de um verme, essa doença é considerada uma verminose e é tratada com a aplicação de pomadas vermicidas ou então com a ingestão de vermífugos.

A melhor forma de evitar o bicho-geografico é impedir o acesso de cães e gatos em tanques de areia. Além disso, é importante sempre andar calçado e sentar-se em cadeiras ou esteiras, para que a pele não fique em contato com a areia. Outra forma de prevenção é realizar exames frequentes nos cães e gatos e também ministrar vermífugos a esses animais.

Fonte: Escola Kids, Paula Louredo, Bióloga.



         Cuidados ao Ministrar Medicamentos na Escola

Os remédios com receita médica podem ser ministrados na escola, no entanto, é conveniente programar a medicação em horários que a criança esteja em casa.

A escola administrará medicamentos de via oral, nas seguintes condições:

- Apresentação de receita médica com data atual, onde deverá estar escrito, pelo(a) médico(a), o nome da criança, o nome do remédio e a dosagem indicada. A cópia da receita deve permanecer na escola.

- Registro, no Caderno de Recados, das orientações quanto à medicação (horário, dosagem, cuidados com a conservação do medicamento...), com a assinatura do pai ou responsável.

- Na entrega do remédio, o professor deve atentar para o prazo de validade.

- O frasco ou cartela do medicamento deve conter o nome da criança, informando os horários, a dosagem (número de comprimidos, gotas ou ml etc.) e a quantidade de dias para administração do medicamento;

-  Não use medicamentos vencidos;

- Caso dê um medicamento líquido à criança, certifique-se da dose correta a ser administrada no copo ou colher-medida;

- Todos os medicamentos devem ser usados corretamente até o tratamento terminar, ainda que a criança melhore antes;

- Se a criança estiver vomitando, não administrar nenhum medicamento. Comunicar imediatamente aos pais/responsáveis e aumentar a oferta hídrica;

- Caso tenha perdido o horário de administrar o medicamento, principalmente antibióticos, dê à criança assim que se lembrar e depois continue seguindo os demais horários já estabelecidos;

- Mantenha os medicamentos em local limpo, seco e protegido da luz do sol, de vetores e pragas (ex: ratos, insetos etc.) e fora do alcance das crianças;

- Use somente utensílios limpos;

- Verifique, ao final do dia, se os remédios estão sendo devolvidos.

A administração de remédios deve ser feita preferencialmente no domicílio da criança. Medicamentos de 12 em 12 horas, só no domicílio, de 8 em 8 horas, com apenas uma dosagem na  escola e de 6 em 6 horas, com uma ou duas  dosagens na escola.
 
Referência: Manual de Creche. O Cuidar na Educação Infantil. Secretaria Municipal da Educação de Diadema. Disponível em http://www.educacao.diadema.sp.gov.br/.