quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014




ORGANIZAÇÃO DAS TURMAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL –CRECHE

ESTRUTURA OPERACIONAL

Divisão das turmas
A opção por dividir o atendimento de crianças na creche em berçário e maternal justifica-se na medida em que a criança passa por processos biopsicossociais distintos no período que corresponde dos zero aos dois anos e dos dois aos quatro anos. Assim, o grupamento das crianças dessas faixas etárias poderá efetivar-se conforme a seguir:

Bercário I

No Berçário I serão enturmados  os bebês de zero  a doze/quinze meses, os quais, por sua fragilidade, são incapazes de sobreviver por recursos próprios, situação que deverá ser compensada com uma relação de carinho e atenção da mãe e, no caso da creche, do educador. Isso leva a um atendimento permanente e individualizado por parte do professor que deverá trabalhar com cada bebê, a cada dia, observando suas reações e seus progressos pois,  nessa fase, o desenvolvimento das crianças se dá num ritmo bastante acelerado.

Bercário II

No Berçário II serão agrupados os bebês de doze/quinze meses a dois anos. A criança agora já se movimenta com mais autonomia, fica em pé e, na maioria dos casos, já caminha, deslocando-se pelo espaço físico disponível. Com o movimento tornam-se interessantes apenas os objetos que podem ser carregados de um lado para o outro.
Por volta dos dois anos de idade surge um novo componente – a oralidade. Nessa fase, há necessidade de atenção às reações de cada criança e ao grupo como um todo. As crianças estão na fase egocêntrica e brincam individualmente, mesmo quando estão em grupos; é também nessa fase que acontecem, com freqüência, os atropelos físicos (mordidas, agarrões, empurrões). É no plano das ações que elas começam a perceber o outro, as coisas a sua volta e a necessidade de fazer algumas negociações.

Maternal I

No Maternal I serão enturmadas as crianças de dois a três anos. Elas agora já possuem maior maturidade motora, que lhes permite explorar objetos e tudo o mais que existir ao seu redor; por meio dos jogos simbólicos do faz-de-conta, aceleram o desenvolvimento da linguagem e da representação. As crianças dessa idade, que já andam e se movimentam livremente, são capazes de extraordinárias observações sobre o que ocorre à sua volta, procurando muitas vezes infatigavelmente suas causas; costumam fazer relações entre as concepções que têm do mundo exterior e as imagens do próprio corpo. Nessa fase, a criança ainda tem dificuldade em repartir seus brinquedos. O trabalho em grupo, ainda que com pouca duração, ajudar-lhes-á a sair do egocentrismo.

Maternal II

No Maternal II serão enturmadas as crianças com três anos de idade que estão em franca expansão do ponto de vista físico, emocional e cognitivo. Usufruindo das conquistas realizadas, essas crianças encontram-se necessitadas de novos e mais complexos desafios.
É preciso estar atento a suas falas, a seus gestos, a suas escolhas e atitudes e a produções diversas, para que se possa identificar desejos, necessidades e desafios que estejam demandando. Ela está ficando mais sociável e esporadicamente consegue ser cooperativa no grupo de convívio. Sua oralidade está se desenvolvendo bastante e ela se interessa cada vez mais pelas histórias contadas e/ou representadas, interagindo, literalmente “fisicamente e oralmente” com o conhecimento.
Aqui ocorre o desenvolvimento das crianças nos momentos de rotina: sono, higiene e alimentação. É a hora de encorajá-las a fazer escolhas de alimentos, roupas e brinquedos, a ir sozinhas ao banheiro, a comer sozinhas, a arrumar seus pertences etc.

Ana Paula Alves dos Santos. Psicóloga, formada Pela Universidade Estadual Paulista de Bauru e Especialista em Psicologia do Desenvolvimento e Processos de Ensino-Aprendizagem pela mesma instiuição.Professora de Ensino Infantil e de Ensino Especial na Prefeitura Municipal de Bauru. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014


Bebês e crianças abaixo de 2 anos devem aprender brincando livremente, longe das telas. É o que a Academia Americana de Pediatria recomenda




Divulgada nesta terça-feira a nova recomendação da Academia Americana de Pediatria (AAP) para que crianças abaixo de 2 anos de idade não fiquem diante de telas de TVs, tablets, celulares, computadores, etc. Para compreender melhor o mundo, elas precisam aprender brincando livremente, interagindo com outras pessoas ou se divertindo sozinhas.
A tentação para entreter bebês e crianças em mídias eletrônicas é cada vez mais presente, com telas cercando todos os cômodos da casa, carro, lojas, etc. As novas recomendações da Academia Americana de Pediatria diz que há melhores maneiras de ajudar as crianças a se desenvolverem nesta idade crítica do desenvolvimento infantil. Em uma pesquisa recente, 90% dos pais disseram que crianças abaixo de 2 anos utilizam alguma forma de mídia eletrônica. Em média, assistem a uma ou duas horas de TV por dia. Na idade de 3 anos, quase um terço das crianças têm uma TV em seu quarto de dormir. Os pais que acreditam que programas educativos na TV “são muito importantes” para o desenvolvimento têm duas vezes mais chance de ligar o aparelho durante a maioria do tempo todos os dias.
A diretiva da AAP “Media Use by Children Younger Than Two Years” foi divulgada nesta terça, 18 de outubro de 2011, no AAP National Conference & Exhibition, em Boston, e será publicada pelo periódico Pediatrics em novembro.
A AAP havia divulgado, em 1999, uma orientação que dizia que crianças até 2 anos de idade não deveriam assistir TV. Na época, existiam dados limitados sobre o assunto, mas a AAP acreditava que havia mais efeitos potencialmente negativos do que positivos da exposição à mídia eletrônica nesta faixa etária. Dados mais recentes confirmam esta possibilidade e a AAP manteve a recomendação para manter as crianças com idade inferior a 2 anos longe das telas o maior tempo possível.
Hoje se conhece melhor o desenvolvimento do cérebro das crianças neste estágio precoce da vida, as melhores maneiras de ajudá-los a aprender e os efeitos que os vários tipos de estimulação e atividades têm sobre esse processo.
"As preocupações levantadas na diretiva da AAP são ainda mais relevantes agora, o que levou a desenvolver uma orientação mais abrangente em torno dessa faixa etária", disse o Dr. Brown, membro do AAP Council on Communications and Media.
O relatório se propôs a responder duas perguntas:
  1. Vídeos e programas de televisão têm algum valor educativo para crianças menores de 2 anos?
  2. Existe algum prejuízo para as crianças desta idade que assistem a esses programas?
Muitos programas em vídeos para bebês e crianças são comercializados como sendo “educativos”, mas não há evidências que suportam esta afirmação. Programas de qualidade são educativos para crianças apenas quando elas compreendem o contexto e o conteúdo do vídeo exibido. Os estudos mostram que crianças acima de 2 anos são capazes de ter esta compreensão.
Tempo de brincadeira livre, sem regras ou planos estruturados, são mais valiosos para o desenvolvimento cerebral do que o uso da mídia eletrônica. As crianças aprendem a pensar com criatividade, resolver problemas, desenvolver suas habilidades de raciocínio e de motricidade em idades precoces através de brincadeiras não estruturadas e desconectadas. O tempo de brincadeira livre também as ensina como se entreter sozinhas.
Crianças pequenas aprendem melhor com a interação com outras pessoas e não com as telas. Elas têm necessidade de interagir com outros seres humanos.
Qualquer efeito positivo da televisão para bebês e crianças ainda está em questão, mas os benefícios da interação entre pais e filhos já estão provados. Abaixo de dois anos, conversar, cantar, ler, ouvir músicas ou brincar livremente são muito mais importantes para o desenvolvimento infantil do que qualquer programa de televisão.
Os pais que assistem aos vídeos com seus filhos podem colaborar para melhorar a compreensão das crianças, mas elas aprendem mais quando assistem apresentações ao vivo (como teatros) do que em programas televisionados.
Quando os pais estão assistindo seus próprios programas no mesmo ambiente das crianças, a chamada “mídia de fundo” pode distrair e diminuir a interação dos pais com a criança. Esta presença pode interferir no aprendizado de jogos e outras atividades.
Ver televisão na cama pode levar a maus hábitos de sono e horários irregulares, o que pode afetar o humor, o comportamento e o aprendizado dos pequenos.
Crianças jovens com excesso de exposição à mídia eletrônica podem correr o risco de atrasos no desenvolvimento da linguagem quando entram na escola. No entanto, mais pesquisas são necessárias para entender as razões desses atrasos.
O relatório recomenda que os pais ou pessoas que cuidam de crianças:
  • Estabeleçam limites de tempo para a exposição a mídias eletrônicas para crianças com menos de dois anos de idade, tendo em mente que a AAP desencoraja o uso deste tipo de atividade para esta faixa etária. Os pais que optarem pelo uso deste tipo de distração para seus filhos, devem ter uma estratégia de gerenciamento de tal atividade.
  • Ao invés de telas, optem por brincadeiras livres supervisionadas para bebês e crianças jovens durante o tempo em que os pais não podem se sentar para participar ativamente das brincadeiras. Por exemplo, ofereçam blocos de montar e coloque-os no chão nas proximidades para que as crianças brinquem, enquanto os pais realizam tarefas domésticas, etc.
  • Evitem colocar televisão no quarto de dormir da criança.
  • Reconheçam que a utilização de mídia eletrônica pelos pais pode ter efeitos negativos nas crianças.
O relatório também recomenda mais pesquisas sobre os efeitos em longo prazo da exposição precoce à mídia eletrônica na saúde física, mental e social futura das crianças.
De acordo com o Dr. Brown, “o melhor a fazer para as crianças jovens é lhes dar a chance de brincar livremente, com os pais ou sozinhas. As crianças precisam disso para entender como o mundo funciona.”
NEWS.MED.BR, 2011. Bebês e crianças abaixo de 2 anos devem aprender brincando livremente, longe das telas. É o que a Academia Americana de Pediatria recomenda. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/saude/243945/bebes-e-criancas-abaixo-de-2-anos-devem-aprender-brincando-livremente-longe-das-telas-e-o-que-a-academia-americana-de-pediatria-recomenda.htm>. Acesso em: 14 fev. 2014.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014




SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES NA CRECHE

Receber as crianças com afetuosidade; conversar com os pais; guardar a mochila; distribuir alguns brinquedos.
Lavar as mãos das crianças e levá-las de mãos dadas ao refeitório.
Café da Manhã: rezar com as crianças a oração do “Pai Nosso”; servir as crianças com carinho; ajudá-las na alimentação; conversar com a criança; respeitar as preferências da criança; incentivá-las na alimentação, sem forçar.
Lavar as mãos e a boca da criança. Em roda, fazer a chamada oral; cantar e iniciar a Roda de Conversa entre crianças e educadores.
Troca e Banho: iniciar a troca e o banho; realizar a atividade dirigida do dia; banho de sol; as atividades da sala de atividades e da sala de leitura devem ser combinadas com as crianças (aonde vamos?, como vamos? o que vamos fazer; o que tem lá, etc).
Oferecer atividades espontâneas com peças de encaixe, brinquedos, sucatas etc; considerando que brincar é a atividade preferida das crianças, o seu modo de aprender, desenvolver e ser feliz; a criança brinca naturalmente, com brinquedos ou através da imaginação e fantasia.
Preparar para o almoço: Informar o que as crianças vão comer; cantar uma canção alusiva; lavar as mãos da criança; combinar com as crianças a forma de se dirigir ao refeitório.
Almoço: acomodar as crianças nos bancos, com segurança; organizar os alimentos no prato; picar alimentos muito grandes; incentivar a alimentação; nomear os alimentos; oferecer todos os alimentos do cardápio, mesmo que a criança demonstre as suas preferências; valorizar a aceitação do alimento pela criança; não comentar que a criança não gosta de...; não censurar as recusas dizendo que: “vai ficar fraca, vai ficar doente”; ter paciência com ritmo da criança, não apressá-la; não demonstrar angústia, pressa, medo, nervosismo e excitação; se tiver que chamar a atenção, fazê-lo perto da criança, em tom baixo, com firmeza e carinho;
Lavar as mãos e fazer a higiene bucal.
Hora do sono (crianças do período integral). Fazer carinho, acariciar os cabelos, deitar ao lado da criança, não forçar o sono.
Saída das crianças do período da manhã.
Recepção das crianças do período da tarde. De forma afetuosa, trocar informações com os pais.
Acordar as crianças; levá-las ao banheiro; fazer a higiene das mãos e do rosto; levá-las ao refeitório. Prepará-las para o lanche da tarde. Conduzir as crianças de mãos dadas ao refeitório.
Servir o lanche da tarde. Incentivar e auxiliar as crianças na alimentação.
Higiene das mãos e da boca: fazer a higiene das crianças.
Troca e banho: Iniciar a troca e o banho.
Atividades Dirigidas: Com as crianças em roda, conversar e combinar as atividades do período da tarde.
Preparação para o Jantar: lavar as mãos e o rosto das crianças; levá-las de mãos dadas ao Refeitório.
Fazer a higiene bucal.
Roda de História: contar uma história para as crianças; oferecer atividades espontâneas com peças de encaixe, brinquedos etc.
Iniciar a entrega das crianças aos pais; organizar os materiais das crianças: roupa, livro de recados, remédios, mochila. Deixar as crianças em roda, em cantos, sob a orientação de um professor, enquanto o outro faz a entrega das crianças.
Encerramento do dia.