PRIMEIROS
SOCORROS
Devemos
sempre prevenir os acidentes e situações que possam provocar riscos às
crianças. No entanto, precisamos também conhecer o que fazer para auxiliá-las
caso algo inesperado aconteça.
O que
fazer se acontecerem ACIDENTES?
1. Manter a calma, evitando tumulto sobre a
criança;
2. Comunicar os pais imediatamente;
3. Providenciar o atendimento médico.
Vejamos
algumas condutas essenciais ao bem estar da criança em algumas situações de
risco:
ENGASGO
E ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO
Corpo
estranho é qualquer objeto ou substância que entra no corpo humano
indevidamente. Pode ser através da ingestão ou colocado pelas próprias crianças
nas cavidades (nariz, ouvido) do corpo, e apresenta maior risco quando é
aspirado para o pulmão. Qualquer objeto pode tornar-se um corpo estranho no
sistema respiratório, e a maior suspeita de que o acidente ocorreu é o engasgo.
Isto acontece quando a criança está comendo ou com um objeto na boca,
principalmente objetos com pequenas peças.
Estas situações ocorrem mais
frequentemente na faixa etária de um a três anos de idade. É preciso ter
atenção especial na oferta de alimentos. A criança pequena ainda não controla
adequadamente a mastigação e a deglutição, tornando o engasgo mais freqüente.
Por esta razão, a oferta de alguns alimentos como amendoim, milho, pipoca, melancia
e laranja com sementes apresentam maior risco para a aspiração.
Algumas
recomendações são importantes para evitar aspiração de corpo estranho na
alimentação:
- Ofereça
alimentos em pedaços pequenos, de acordo com cada faixa etária. Ensine as
crianças a mastigar bem os alimentos.
- Evite
alimentos como sementes, amendoim, balas duras e outros que possam favorecer o
engasgo.
- Retire as sementes das frutas (melancia,
laranja etc).
- A criança
deve alimentar-se sempre sentada. Não ofereça alimentos enquanto elas correm,
andam ou brincam.
Como reconhecer o engasgo?
Tosse
persistente, chiado no peito, falta de ar súbito, rouquidão, lábio e unhas
arroxeadas, são sinais sugestivos de que pode ter ocorrido aspiração de corpo
estranho.
O que fazer?
Técnica de
desobstrução das vias aéreas:
Crianças
menores de um ano
Segure a
criança com a cabeça mais baixa, apoiada em um dos braços, sobre a perna.
Mantenha as vias aéreas livres.
Dê cinco
percussões com a mão nas costas (entre as escápulas). Após, vire a criança
de barriga para cima e dê cinco compressões no tórax. Repita estas manobras até
que a criança consiga expelir o corpo estranho. (vide figura).
Se você
conseguir visualizar o corpo estranho na boca da criança, retire-o com cuidado.
Não coloque o dedo na boca às cegas, pois pode empurrar o corpo estranho para
regiões mais baixas das vias aéreas e piorar o quadro de obstrução.
Maiores de um ano
Manobra de
Heimlich
Se a criança é capaz de falar ou
tossir com força, você não deve fazer a manobra de Heimlich. A vítima de asfixia vai precisar de ajuda
imediata, se
ela não pode falar ou tossir, está tendo dificuldade em
respirar ou tem lábios, pele e unhas tornando azul escuro.
Posicione-se
por trás da criança e aplique pressão abaixo das costelas, com sentido para
cima, até que o corpo estranho seja deslocado das vias aéreas para a boca e
expelido. Não comprima as costelas. (vide figura)
CONTUSÃO
Envolver pedaços de gelo em um pano e aplicar no local.
Comunicar os pais.
Se a pancada foi na cabeça, observar se a criança vomita e se está
sonolenta e confusa. Neste caso, levar imediatamente ao serviço de saúde.
FRATURAS
Identificar se a criança mexe parcialmente ou não consegue mexer a perna
ou o braço afetado;
Evitar mexer na criança, principalmente se suspeitar de fratura na
coluna, mantenha-a deitada no local da queda e chame o serviço de emergência. A
mudança de posição em uma criança com fratura de coluna pode causar graves
problemas como a paralisia das pernas.
FERIMENTOS
Nos ferimentos leves, fazer limpeza no local com água e sabão, retirando
a sujeira;
Secar o ferimento com gaze ou um pano limpo;
Evite abafar o ferimento;
Comunicar os pais.
QUEIMADURAS
Todas as
queimaduras devem ser tratadas imediatamente. Em muitos casos elas são
dolorosas e deixam seqüelas.
A
queimadura por líquido quente é a principal causa em crianças menores de cinco
anos, logo, a prevenção é a medida mais eficaz.
Existem três tipos de queimaduras:
1º grau – são aquelas causadas pelo sol ou pela água quente e a área
atingida fica só vermelha;
2º grau – são queimaduras mais profundas e causam aparecimento de bolhas
e algum extravasamento de soro;
3º grau – são graves, atingindo as camadas mais internas do organismo
(músculos, vasos sanguíneos ou nervos).
Possíveis Causas de Queimaduras
Preparo do banho
A
temperatura ideal para o banho do bebê deve ser testado com a face interna do
antebraço do educador, antes de colocá-lo na banheira. A criança maior não deve
regular a temperatura do chuveiro ou da água da banheira sozinha.
Mamadeiras
Não esquente as
mamadeiras no forno de microondas, pois há riscos graves de queimaduras da boca
e da garganta.
Alimentos
Verifique a
temperatura dos alimentos antes de oferecê-los.
Tomadas e Fios Elétricos
Tomadas e
fios desencapados representam risco de choque elétrico.
Cozinha
Cozinha não é
lugar de criança.
Álcool e outros Combustíveis
Deixar longe do
alcance das crianças.
Primeiros cuidados:
Até que se
tenha atendimento médico, algumas medidas são importantes:
- Retire as
roupas que cobrem a área queimada. Se a roupa estiver grudada, lave a região
com água limpa até que o tecido possa ser retirado delicadamente sem aumentar a
lesão.
- Coloque na
área queimada água limpa e fria, porém não gelada, para aliviar a dor. Esta vai
limpar aferida, diminuir a dor e reduzir a formação do edema posteriormente.
- Envolva a
região em pano limpo e procure atendimento médico.
- Não use gelo
nas queimaduras, não fure as bolhas, não coloque qualquer substância em cima da
queimadura sem orientação médica, pois pode favorecer infecção.
- No caso de
queimadura elétrica, desligue o interruptor, remova a criança do condutor,
verifique os sinais vitais (respiração, pulsos), resfrie as lesões com água
fria e encaminhe ao serviço médico.
QUEDAS
As quedas
são as principais causa de atendimento de crianças de 0 a 9 anos de idade nas
unidades de saúde.
Cair faz
parte do desenvolvimento da criança, porém medidas de prevenção são importantes
para evitar acidentes graves.
A
supervisão de um adulto é essencial, pois a maioria das quedas está associada à
ausência de um cuidador.
Ao atender
uma criança mantenha-se calmo para passar tranqüilidade para ela.
Observe a
altura de onde a criança caiu, a região do corpo que recebeu o impacto da
queda, o local aonde a criança caiu e como a criança está reagindo.
Sonolência,
desorientação, estrabismo, pupilas de tamanhos desiguais, saída de líquido ou
sangue pelo nariz ou ouvido, vômitos, são sinais de gravidade, necessitando
entrar em contato com um serviço médico para remoção da criança.
CONVULSÃO
INFANTIL
As
convulsões são um transtorno neurológico súbito e transitório. Convulsão pode
ser um sinal de várias doenças.
A causa
mais comum de convulsão entre crianças de 6 meses a 5 anos é a febril. Esta
geralmente dura poucos minutos e cessa sem necessidade de medicamentos
específicos.
No momento da
convulsão, a criança pode apresentar-se de várias maneiras:
- Olhar alheio
ao meio, virada de olhos, movimentação de mãos e pés, piscar de olhos,
tremores, lábios e extremidades arroxeadas, entre outros.
Após a
convulsão a criança pode voltar ao normal rapidamente ou ficar sonolenta.
Como a
crise convulsiva costuma ser um momento muito estressante para quem está observando,
a pessoa que vai atender a criança deve manter-se calma.
Medidas de
proteção para a criança devem ser realizadas no momento da crise:
- Deitar a
criança evitando quedas e traumas;
- Afrouxar as
roupas;
- Observar a
respiração;
- Proteger a
cabeça da criança com a mão, roupa ou travesseiro;
- Lateralizar a
cabeça para evitar que a criança aspire saliva ou vômito;
- Limpar as
secreções que se acumulam na boca para facilitar a respiração, porém não
coloque o dedo dento da boca da criança, pois esta pode feri-lo;
- Não ofereça
nada pela boca (líquidos, remédios) no momento da crise.
Entre em
contato com a família e um serviço de emergência para posterior atendimento e
orientação.
LESÃO NO OLHO
Um lesão no olho pode ocorrer a qualquer momento, em qualquer
lugar. Prevenção adequada é importante e provavelmente poderia eliminar a
maioria das lesões oculares.
Cerca de 50% das lesões ocorrem em atividades esportivas
e recreativas – mais frequentemente em crianças e adolescentes do que qualquer
outro grupo de idade.
Se houver
uma lesão química, lave os olhos e a face com qualquer fonte disponível de água
por pelo menos 10-15 minutos. Entre em contato com a família e encaminhe
imediatamente a criança para o atendimento médico. Se um objeto afiado
penetrou o olho (como um gancho de peixe), não puxe-o para fora. Outras lesões
sem corte pontiagudos devem ser examinadas por um oftalmologista, uma vez que a
gravidade da lesão pode não ser imediatamente aparente.
Referências:
AMERICAN ASSOCIATION FOR PEDIATRIC OPHTHALMOLOGY AND
STRABISMUS. O que deve ser feito se uma
criança tem uma lesão no olho. Disponível em http://www.microsofttranslator.com/bv.aspx?from=en&to=pt&a=http%3A%2F%2Fwww.aapos.org%2Fterms%2Ffaqs%2F20. Acesso em 07
mar 2013.
REVISTA BEBÊ.COM.BR. Refluxo em
Bebê. Disponível
em http://bebe.abril.com.br/materia/refluxo-em-bebes.
Acesso em 21 mar. 2013.
BABYCENTER. Refluxo no
Bebê. Disponível em http://brasil.babycenter.com/a2100147/refluxo-no-beb%C3%AA#ixzz2OBV0iA7x.
Acesso em 21 mar 2013.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Crianças e
Adolescentes Seguros. Guia Completo para Prevenção de Acidentes e Violências. Coordenadores: Renata D. Waksman, Regina M. C. Gikas
e Wilson Maciel. Editora PubliFolha, 2005.
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