quarta-feira, 17 de abril de 2013



PRIMEIROS SOCORROS

 

Devemos sempre prevenir os acidentes e situações que possam provocar riscos às crianças. No entanto, precisamos também conhecer o que fazer para auxiliá-las caso algo inesperado aconteça.

O que fazer se acontecerem ACIDENTES?

1.  Manter a calma, evitando tumulto sobre a criança;

2.  Comunicar os pais imediatamente;

3.  Providenciar o atendimento médico.

Vejamos algumas condutas essenciais ao bem estar da criança em algumas situações de risco:

 

ENGASGO E ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO

 

Corpo estranho é qualquer objeto ou substância que entra no corpo humano indevidamente. Pode ser através da ingestão ou colocado pelas próprias crianças nas cavidades (nariz, ouvido) do corpo, e apresenta maior risco quando é aspirado para o pulmão. Qualquer objeto pode tornar-se um corpo estranho no sistema respiratório, e a maior suspeita de que o acidente ocorreu é o engasgo. Isto acontece quando a criança está comendo ou com um objeto na boca, principalmente objetos com pequenas peças. 

         Estas situações ocorrem mais frequentemente na faixa etária de um a três anos de idade. É preciso ter atenção especial na oferta de alimentos. A criança pequena ainda não controla adequadamente a mastigação e a deglutição, tornando o engasgo mais freqüente. Por esta razão, a oferta de alguns alimentos como amendoim, milho, pipoca, melancia e laranja com sementes apresentam maior risco para a aspiração.

         Algumas recomendações são importantes para evitar aspiração de corpo estranho na alimentação:

- Ofereça alimentos em pedaços pequenos, de acordo com cada faixa etária. Ensine as crianças a mastigar bem os alimentos.

- Evite alimentos como sementes, amendoim, balas duras e outros que possam favorecer o engasgo.

- Retire as sementes das frutas (melancia, laranja etc).

- A criança deve alimentar-se sempre sentada. Não ofereça alimentos enquanto elas correm, andam ou brincam.

 

Como reconhecer o engasgo?

Tosse persistente, chiado no peito, falta de ar súbito, rouquidão, lábio e unhas arroxeadas, são sinais sugestivos de que pode ter ocorrido aspiração de corpo estranho.

 

O que fazer?

Técnica de desobstrução das vias aéreas:

        

Crianças menores de um ano

Segure a criança com a cabeça mais baixa, apoiada em um dos braços, sobre a perna. Mantenha as vias aéreas livres.

cinco percussões com a mão nas costas (entre as escápulas). Após, vire a criança de barriga para cima e dê cinco compressões no tórax. Repita estas manobras até que a criança consiga expelir o corpo estranho. (vide figura).


Se você conseguir visualizar o corpo estranho na boca da criança, retire-o com cuidado. Não coloque o dedo na boca às cegas, pois pode empurrar o corpo estranho para regiões mais baixas das vias aéreas e piorar o quadro de obstrução.

 

Maiores de um ano

 

Manobra de Heimlich

Se a criança é capaz de falar ou tossir com força, você não deve fazer a manobra de Heimlich. A vítima de asfixia vai precisar de ajuda imediata, se ela não pode falar ou tossir, está tendo dificuldade em respirar ou tem lábios, pele e unhas tornando azul escuro.

Posicione-se por trás da criança e aplique pressão abaixo das costelas, com sentido para cima, até que o corpo estranho seja deslocado das vias aéreas para a boca e expelido. Não comprima as costelas. (vide figura)

        
 

 

 

CONTUSÃO

Envolver pedaços de gelo em um pano e aplicar no local.

Comunicar os pais.

Se a pancada foi na cabeça, observar se a criança vomita e se está sonolenta e confusa. Neste caso, levar imediatamente ao serviço de saúde.

        

FRATURAS

Identificar se a criança mexe parcialmente ou não consegue mexer a perna ou o braço afetado;

Evitar mexer na criança, principalmente se suspeitar de fratura na coluna, mantenha-a deitada no local da queda e chame o serviço de emergência. A mudança de posição em uma criança com fratura de coluna pode causar graves problemas como a paralisia das pernas.

 

         FERIMENTOS

Nos ferimentos leves, fazer limpeza no local com água e sabão, retirando a sujeira;

Secar o ferimento com gaze ou um pano limpo;

Evite abafar o ferimento;

Comunicar os pais.

 

QUEIMADURAS

Todas as queimaduras devem ser tratadas imediatamente. Em muitos casos elas são dolorosas e deixam seqüelas.

A queimadura por líquido quente é a principal causa em crianças menores de cinco anos, logo, a prevenção é a medida mais eficaz.

Existem três tipos de queimaduras:

1º grau – são aquelas causadas pelo sol ou pela água quente e a área atingida fica só vermelha;

2º grau – são queimaduras mais profundas e causam aparecimento de bolhas e algum extravasamento de soro;

3º grau – são graves, atingindo as camadas mais internas do organismo (músculos, vasos sanguíneos ou nervos).


Possíveis Causas de Queimaduras

 

Preparo do banho

A temperatura ideal para o banho do bebê deve ser testado com a face interna do antebraço do educador, antes de colocá-lo na banheira. A criança maior não deve regular a temperatura do chuveiro ou da água da banheira sozinha.

 

Mamadeiras

Não esquente as mamadeiras no forno de microondas, pois há riscos graves de queimaduras da boca e da garganta.

 

 

Alimentos

Verifique a temperatura dos alimentos antes de oferecê-los.

 

Tomadas e Fios Elétricos

Tomadas e fios desencapados representam risco de choque elétrico.

 

Cozinha

Cozinha não é lugar de criança.

 

Álcool e outros Combustíveis

Deixar longe do alcance das crianças.

 

Primeiros cuidados:

Até que se tenha atendimento médico, algumas medidas são importantes:

- Retire as roupas que cobrem a área queimada. Se a roupa estiver grudada, lave a região com água limpa até que o tecido possa ser retirado delicadamente sem aumentar a lesão.

- Coloque na área queimada água limpa e fria, porém não gelada, para aliviar a dor. Esta vai limpar aferida, diminuir a dor e reduzir a formação do edema posteriormente.

- Envolva a região em pano limpo e procure atendimento médico.

- Não use gelo nas queimaduras, não fure as bolhas, não coloque qualquer substância em cima da queimadura sem orientação médica, pois pode favorecer infecção.

- No caso de queimadura elétrica, desligue o interruptor, remova a criança do condutor, verifique os sinais vitais (respiração, pulsos), resfrie as lesões com água fria e encaminhe ao serviço médico.

 

QUEDAS

As quedas são as principais causa de atendimento de crianças de 0 a 9 anos de idade nas unidades de saúde.

Cair faz parte do desenvolvimento da criança, porém medidas de prevenção são importantes para evitar acidentes graves.

A supervisão de um adulto é essencial, pois a maioria das quedas está associada à ausência de um cuidador.

Ao atender uma criança mantenha-se calmo para passar tranqüilidade para ela.

Observe a altura de onde a criança caiu, a região do corpo que recebeu o impacto da queda, o local aonde a criança caiu e como a criança está reagindo.

Sonolência, desorientação, estrabismo, pupilas de tamanhos desiguais, saída de líquido ou sangue pelo nariz ou ouvido, vômitos, são sinais de gravidade, necessitando entrar em contato com um serviço médico para remoção da criança.

 

CONVULSÃO INFANTIL

As convulsões são um transtorno neurológico súbito e transitório. Convulsão pode ser um sinal de várias doenças.

A causa mais comum de convulsão entre crianças de 6 meses a 5 anos é a febril. Esta geralmente dura poucos minutos e cessa sem necessidade de medicamentos específicos.

No momento da convulsão, a criança pode apresentar-se de várias maneiras:

- Olhar alheio ao meio, virada de olhos, movimentação de mãos e pés, piscar de olhos, tremores, lábios e extremidades arroxeadas, entre outros.

Após a convulsão a criança pode voltar ao normal rapidamente ou ficar sonolenta.

Como a crise convulsiva costuma ser um momento muito estressante para quem está observando, a pessoa que vai atender a criança deve manter-se calma.

Medidas de proteção para a criança devem ser realizadas no momento da crise:

- Deitar a criança evitando quedas e traumas;

- Afrouxar as roupas;

- Observar a respiração;

- Proteger a cabeça da criança com a mão, roupa ou travesseiro;

- Lateralizar a cabeça para evitar que a criança aspire saliva ou vômito;

- Limpar as secreções que se acumulam na boca para facilitar a respiração, porém não coloque o dedo dento da boca da criança, pois esta pode feri-lo;

- Não ofereça nada pela boca (líquidos, remédios) no momento da crise.

Entre em contato com a família e um serviço de emergência para posterior atendimento e orientação.

 

LESÃO NO OLHO

Um lesão no olho pode ocorrer a qualquer momento, em qualquer lugar. Prevenção adequada é importante e provavelmente poderia eliminar a maioria das lesões oculares.

Cerca de 50% das lesões ocorrem em atividades esportivas e recreativas – mais frequentemente em crianças e adolescentes do que qualquer outro grupo de idade.

Se houver uma lesão química, lave os olhos e a face com qualquer fonte disponível de água por pelo menos 10-15 minutos. Entre em contato com a família e encaminhe imediatamente a criança para o atendimento médico. Se um objeto afiado penetrou o olho (como um gancho de peixe), não puxe-o para fora. Outras lesões sem corte pontiagudos devem ser examinadas por um oftalmologista, uma vez que a gravidade da lesão pode não ser imediatamente aparente.
 
Referências:
AMERICAN ASSOCIATION FOR PEDIATRIC OPHTHALMOLOGY AND STRABISMUS. O que deve ser feito se uma criança tem uma lesão no olho. Disponível em   http://www.microsofttranslator.com/bv.aspx?from=en&to=pt&a=http%3A%2F%2Fwww.aapos.org%2Fterms%2Ffaqs%2F20Acesso em 07 mar 2013.
 
REVISTA BEBÊ.COM.BR. Refluxo em Bebê. Disponível em http://bebe.abril.com.br/materia/refluxo-em-bebes. Acesso em 21 mar. 2013.
BABYCENTER. Refluxo no Bebê. Disponível em http://brasil.babycenter.com/a2100147/refluxo-no-beb%C3%AA#ixzz2OBV0iA7x. Acesso em 21 mar 2013.
 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Crianças e Adolescentes Seguros. Guia Completo para Prevenção de Acidentes e Violências. Coordenadores: Renata D. Waksman, Regina M. C. Gikas e Wilson Maciel. Editora PubliFolha, 2005.
 
 

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